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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

GUIA DOS ACERVOS E BIBLIOTECAS DIGITAIS

Este é um link para livros virtuais grátis


http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/temasdiversos-bibliotecaseacervosdigitais.php

Boa leitura!

Adeus ao trema


LUIS FERNANDO VERÍSSIMO - O Estado de S.Paulo

A reforma ortográfica acabou com o trema, e só então me dei conta de que eu nunca o tinha usado. Sempre o ignorei. Os revisores, se quisessem, que acrescentassem os tremas onde cabiam. Por vontade própria, nunca botei olhos de cobra em cima de nenhum "u". E agora que o trema desapareceu oficialmente, fiquei com remorso. Como me penitenciar? Peço só mais uma oportunidade para compensar meu descaso com o trema usando-o num texto. Li que, com a reforma, o trema só continua a ser usado legitimamente em nomes estrangeiro como Müller e Anaïs. Uma história para Müller e Anaïs, portando. Atenção, revisor: mantenha todos os tremas.
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Uma história com seqüência e conseqüência.
Talvez uma história policial: a dupla Müller e Anaïs atrás de delinqüentes.
Ou uma história de excessos eqüestres levando ao uso freqüente de ungüentos.
Ou uma simples cena doméstica. Müller e Anaïs na cozinha do seu apartamento, eqüidistantes de um pingüim em cima da geladeira. Müller acaba de chegar da rua com um pacote.
- Anaïs, esse pingüim...
- Quequitem?
- Eu não agüento esse pingüim, Anaïs.
- Ele está aí há cinqüenta anos e só agora você nota?
- Cinqüenta anos, Anaïs?
- Está bem, cinco. Um qüinqüênio.
- Um qüinqüênio?
- Um qüinqüênio. E vai ficar aí outro qüinqüênio.
- Não se usa mais pingüim em geladeira, Anaïs. É uma coisa do passado. Como o trema.
- Pois eu gosto e está acabado. O que você trouxe nesse pacote?
- O que mais poderia ser? Lingüiças. As últimas com trema que tinham no super.
Pronto. Acho que estou redimido. Adeus, trema. E desculpe qualquer coisa.


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Seios
Lembro-me de ter lido, há algum tempo, que um carregamento de seios postiços a caminho da Austrália tinha desaparecido. Não posso descrever minha alegria ao ler a notícia. Abandonei, imediatamente, toda preocupação com desastres naturais e econômicos e me entreguei a especulações sobre o fato insólito, ou, no caso, fofo. A notícia não trazia muitos detalhes. Aparentemente, tinham perdido contato com um navio carregado com 120 mil seios postiços - ou 60 mil pares, não sei. A localização do navio quando desaparecera não era revelada.
Se fosse no Oceano Índico - especulei alegremente -, a explicação podia ser um ataque de piratas da Somália, que teriam ocupado o navio, aberto os seus porões, mergulhado de ponta-cabeça na carga, gritando "Alá seja louvado!" e no momento discutiam o valor do seio postiço no mercado para cobrar o resgate.
O navio poderia ter naufragado, o que imediatamente sugeria a imagem de 120 mil seios boiando no oceano.
- Piloto de avião de busca para base: acho que localizei destroços do naufrágio, boiando sugestivamente na superfície. Câmbio.
Náufrago abandonado na proverbial ilha deserta vê seios e mais seios chegarem à praia. Olha para o céu, abre os braços e grita "Que parte do meu pedido você não entendeu, Senhor?!".
Mas o maior mistério de todos era: o que 120 mil seios postiços iam fazer na Austrália? Neste ponto deixei de me divertir com a notícia. Tive uma visão pungente de 60 mil travestis australianos esperando, inutilmente, no porto.
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Vício.
 Lendo sobre a ajuda que será dada aos bancos de Chipre para não quebrarem, me lembrei do escândalo que foi quando executivos das três maiores montadoras de carro dos Estados Unidos chegaram a Washington para pedir dinheiro ao governo, cada um no seu jato particular. A desculpa era que teriam ido de carro se seus carros fossem de confiança. Pelo menos as montadoras gastaram bem o presente e hoje estão em boa situação. Muitos dos bancos subsidiados para não falirem na mesma época usaram parte da ajuda para dar as regalias e os milionários abonos de sempre aos seus executivos. O socorro ao capital financeiro mundial lembra aqueles programas adotados em países que, em vez de combater o comércio de drogas, dão dinheiro para o usuário manter seu vício sem precisar recorrer ao crime. As instituições financeiras responsáveis pela crise atual estão sendo pagas com dinheiro público para manter seus maus hábitos. Acho que foi o Paul Krugman quem escreveu, não faz muito, que a única diferença entre o esquema do megavigarista Bernard Madoff e o que, em essência, todo o setor faz foi que o Madoff se autodenunciou. Senão, ele também acabaria recebendo dinheiro para sustentar seu vício.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,adeus-ao-trema,1015236,0.htm

Tudo que vicia começa com C


Uma crônica de Luis Fernando Veríssimo


Fiquei imaginando tudo isso. Tudo que vicia de verdade começa com C. Fiquei matutando nas coisas que começam com c e que viciam, e viciam muito. O primeiro que me veio a mente foi o cigarro, que começa com C e mais que isso, vicia e mata muitos todos os dias. Depois passei a imaginar outras coisas, por exemplo as drogas ilícitas e pesadas, Crack, Maconha, sim maconha começa com C afinal seu nome científico é Cannabis, Cocaína, e por ai vai. Não letal, mas muito viciante, o gaúcho adora o chimarrão que começa com C, e ainda boa parte deles é viciado em Churrasco. Pepsi não vicia, mas Coca-Cola vicia demais, deve ser porque tem dois C. Tem ainda alguns que são altamente viciados em carros que também inicia com C.
Cerveja é outra que inicia com C e é altamente viciante, e a cachaça então, a caipirinha, o chopp, e quem não adora um Cafezinho. É estou quase convencido, tudo que vicia começa mesmo com C. Tá certo você pode dizer que Sexo não começa com C e vicia, pois bem, o que vicia na verdade não é o sexo em si, pois o sexo nada mais é que a troca de fluídos orgânicos, o que vicia é sensação sexual, ou a atração, que no final tem o nome de Coito, como é conhecido desde o inicio dos tempos, e começa com C.
Sabe eu tenho um vicio, filmes, ou seja Cinema que também começa com C. O amor é um vicio, e um vicio conquistado através do carinho que também começa com C. Futebol é uma coisa que vicia, eu sou um viciado, mas futebol não começa com C, no entanto numa competição que começa com C, o que vale no final é a classificação que também começa com C.
Nos últimos tempos as pessoas estão se viciando em internet, pois bem internet vem pelo computador que começa com C, ou então através do celular que também começa com C, ou por qualquer conexão, que mais uma vez começa com C.
Tem gente que se vicia no poder, este vem através da soberania e o símbolo da soberania, veja só começa com C, é coroa. Sem contar que a gente vicia-se em muitas outras coisas, e um exemplo claro disso são as comidas, por exemplo o Chocolate, que também começa com C.
Estou convencido, tudo que vicia começa com C, eu sou viciado em escrever, mas escrever não começa com C, no entanto, adoro escrever Crônicas e Contos que começam com C.
O mundo está nas mãos do C. Sempre que você quiser lançar alguma coisa para viciar o Consumidor, coloque um nome que comece com C.
O C é a razão do vicio, e ele me da esperança de que um dia teremos um dia melhor afinal, Cultura, Carinho, Contribuição, Colaboração, Clemência (perdão), Crianças, Coletividade, Cooperação, Capacidade, Conversa, tudo começa com C.
O que seria melhor que um mundo viciado em cultura e carinho.
 


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

‘Bibliotecas digitais são tesouros escondidos’, diz biblioteconomista da UniRio


Professor indica uma relação com acervos do mundo inteiro

 Digitalizadas, as bibliotecas no Brasil e no mundo estão deixando os muros físicos para também se hospedarem na internet. Mas isso não significa que elas estão ficando mais acessíveis. Apesar dos milhares de acervos disponíveis on-line, as bibliotecas digitais ainda são consideradas “tesouros escondidos”.
Segundo Moreno Barros, professor de biblioteconomia da UniRio e mestre em ciência da informação, embora o Brasil esteja investindo alto em projetos de digitalizações, esses acervos ainda não estão ao alcance de todos. “Existe uma excessiva preocupação com imagens em alta resolução, por exemplo, um formato que só atende grandes pesquisadores, pessoas que de uma forma ou outra já estariam dispostas a frequentar o acervo localmente. Isso não é algo ruim, mas é fato que o público leigo tem mais facilidade de acesso quando as imagens estão em menor qualidade”.

O processo de digitalização, segundo Barros, implica na necessidade de uma abordagem diferente, com foco em uma escala maior de usuários para “atingir virtualmente uma audiência diferente daquela que já se atinge fisicamente”.

Milhares de pessoas poderiam estar navegando pela Biblioteca Nacional Digital, pelaFrança no Brasil ou pela Brasiliana, algumas das principais bibliotecas digitais do país, que permitem aos usuários acessar de forma virtual e gratuita seus arquivos. “Quase ninguém conhece esses acervos, ou somente uma pequena parcela da comunidade de pesquisa acadêmica”, garante Barros.

Outros bons exemplos de biblioteca digitais seriam a Biblioteca Digital Universidade Gama Filho e a Biblioteca Nacional Digital. A primeira, lançada em 2011 e considerada uma das maiores do Brasil. Seu acervo aberto contém teses e dissertações de quase 1.500 universidades, bibliotecas unificadas de 62 países e artigos de 48 mil revistas científicas disponíveis on-line para qualquer pessoa, gratuitamente. Já a segunda, pertence a Biblioteca Nacional e é tida como uma das precursoras no processo de digitalização de publicações e acesso a obras via internet.

A digitalização de acervos bibliográficos tem sido um método utilizado, principalmente, como forma de preservar os registros históricos, seja de um grande jornal  – como é o caso do Jornal do Brasil, impresso até 2010, e que digitalizou todas as suas publicações; de um periódico local – o centenário jornal Federação, em Itu (SP), que, no ano passado, colocou todo seu acervo na internet –, ou até mesmo a criação de um site para abarcar os cerca 80 mil documentos do cientista Albert Einstein.

Os esconderijos das bibliotecas

Ao pesquisar por uma determinada obra no Google, o sistema de busca tem dificuldade de rastrear as publicações dessas bibliotecas virtuais. Escondidos na internet, os sites das instituições que abrigam grande parte desses acervos virtuais ainda têm navegação precária e softwares não muito amigáveis.

Uma das soluções apontadas por Barros para que usuários encontrem não apenas obras nos acervos digitais, como também nas bibliotecas físicas mais próximas de suas casas, é fazer com que os registros bibliográficos utilizem sistemas de busca mais trabalhados, indexando melhor suas informações na internet.  “Se as bibliotecas abrirem seus dados, o Google vai ranquear não apenas os sites de livrarias famosas, mas vai indicar já na primeira página também as bibliotecas físicas mais próximas as casas dos usuários.”

Segundo levantamento realizado pelo 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, divulgado em 2010, no país existem em funcionamento, uma média de 2,67 bibliotecas municipais por cada 100 mil habitantes no país. Todas elas poderiam ser mais facilmente encontradas se melhor ranqueadas nos buscadores.

Para isso, o especialista afirma que será necessário, por exemplo, abolir sistemas que dificultem o rastreamento, como é o caso do javascript, uma espécie de página HTML que não possibilita interação dinâmica com o usuário, e funciona como se fosse uma imagem, muito utilizado nos softwares de biblioteca.

Outra alternativa apontada por Barros, que facilitaria a vida do usuário que busca por um ranking de bibliotecas, é a criação da versão brasileira do WorldCat, uma das principais redes de bibliotecas do mundo, que indica ao usuário onde encontrar livros, CDs, vídeos, resumos de artigos e versões digitais de itens raros nas bibliotecas mais próximas de suas casas.

Para conhecer as principais bibliotecas digitais brasileiras e internacionais, veja a lista indicada por Barros. O especialista, inclusive, tem um projeto para ajudar pessoas a redescobrir e reaprender o significado das bibliotecas na era do Google e do iPad. Para começar, ele propõe um encontro para ensinar as pessoas a economizar dinheiro usando essas bibliotecas. A proposta está em busca de financiamento, via crowdfunding, na plataforma no Nós.vc.
fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,bibliotecas-digitais-sao-tesouros-escondidos-diz-biblioteconomista-da-unirio,889430,0.htm